segunda-feira, 4 de maio de 2009
Santoro chega ao Ralações
Em breve, aqui, o primeiro post deste blogue em sua versão coletiva.
quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009
Chávez ganhou, mas por quê?
A inclusão de governadores e prefeitos na emenda que permite a reeleição ilimitada, a confiança no sistema eleitoral, uma mensagem mais clara da propaganda governista e a pressão presidencial sobre funcionários públicos e beneficiários de programa sociais explicam a vitória do presidente Hugo Chávez e o alto comparecimento no referendo de domingo, segundo institutos de pesquisa que previram o resultado.Ontem, com 99,75% das urnas apuradas, o "sim" tinha 54,86% dos votos, contra 45,13%. O nível de abstenção estava em 30,08%, um índice considerado baixo para a Venezuela, onde o voto é facultativo.
Esse aí acima é o Fabiano maisonnave, na Folha, hoje, com uma bela peça de jornalismo sobre as avaliações em tornod a vitória de Chávez nor eferendo que lhe permitirá releger-se sem limites. Tem mais:
Para o diretor do Datanálisis, outra diferença crucial em relação a 2007 foi a inclusão de prefeitos e governadores como beneficiários da reeleição ilimitada. Na primeira tentativa, Chávez se opôs a estender o mecanismo aos Executivos regionais "sob o risco de criar caudilhos"."Os governadores e prefeitos estavam mais motivados para ajudar na mobilização. Em 2007, estavam bastante apáticos porque não lhes interessava a proposta", disse León.Campos acha que os governadores e prefeitos "tiveram um papel", mas muito menor do que a mobilização em torno de Chávez. "Esse era o tema."O analista do Consultores 30.11 também discorda do peso da máquina estatal. Para ele, a oposição foi mais beneficiada porque teve o apoio explícito de meios de comunicação privados. "A oposição foi favorecida por um desequilíbrio informativo. O Estado sempre dispõe de recursos, isso é certo, mas, no caso venezuelano, a oposição tem os meios privados, o que não é pouco."
A matéria inteira, AQUI.
quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009
Brasil e EUA - hegemonias
(fonte da imagem: AQUI)
quinta-feira, 15 de janeiro de 2009
A nada ridícula jogada de Amorim
É compreensível que ex-diplomatas com extensa contribuição para as relações externas brasileiras e intensa militãncia partidária façam caretas para o desembaraço de Amorim. No governo FHC reinava a avaliação de que o Brasil, por não dispor dos recursos de poder das grandes potências, deveria posicionar-se em um tabuleiro já montado por esses grandes países.
Poderia, em alguns casos, até arrancar algum proveito, interferindo no jogo pontualmente, como na espetacular vitória na reunião de Doha, na OMC, em que o país arrancou um acordo sobre medicamentos e comércio favorável à produção de genéricos. (Note-se que o maior impulso a essa batalha veio do ministério da Saúde, então nas mãos de José Serra).
No governo Lula, há a pretensão de uma "nova geografia comercial", que na pratica coincide com os interesses de grande parte das empresas brasileiras com projetos expansionistas, e há uma convicção de que o país tem condições de ter influência decisiva em decisões do sistema internacional, desde que se garanta um mecanismo multilateral de descisões. Daí a importãncia conferida a ganhar um assento no Conselho de Segurança a ONU, a criação do G-20 na OMC (com países que se opõem as propostas dos EUA e da Europa para comércio agrícola) e a ativa participação no G-20 financeiro (o grupo de maiores economias mundiais que ganhou significância com a desmoralização dos grandes centros capitalistas nessa crise financeira mundial).
Não é o caso de fazer uma defesa da política externa do governo. Mas não há como não se notar que Lula é um interlocutor respeitado na esfera internacional, com trânsito fácil até entre governantes conservadores como Sarkozy, na França, Bush, nos EUA, e Uribe, na Colômbia. Rival evidente do venezuelano Chávez na disputa por hegemonia nas esquerdas sul-americanas, é tratado com respeito (pelo menos publicamente) pelo suposto adversário, que não o confonta abertamente. Do ponto de vista da diplomacia, que dá valor as manifestações simbólicas e às reuniões _ às vezes mais que aos resultados práticos _ Lula é um êxito diplomático. Só não v~e quem olha para ele com o fígado.
A visita ao Oriente Médio, além de contribuir para firmar a imagem de país importante, com peso político no mundo, abre portas ao país na região. Israel não pode se dar ao luxo de desprezar os contatos com um país ativo politicamente no sistema das Nações Unidas, com grande e influente comundiade judaica, capaz, apesar da franca simpatia com a causa palestina, de defender posições como a condenação ao terrorismo do Hamas e a pressão moral sobre o Irã. Os países árabes serão gratos pelo ativismo brasileiro em favor do estado palestino.
Claro, tudo isso tem de ser matizado pela pequena presença real do Brasil na região, e pela relativa insignificância do país no pesado jogo geopolítico que se trava naqueles territórios cheios de petróleo, com água escassa, na fronteira em que se batem interesses árabes laicos, o islamismo crescente e os interesses das potências ocidentais.
O custo orçamentário da viagem de morim é inferior ao que se gasta anualmente com viagens "de trabalho" de parlamentares aos EUA (das quais nunca se vê um relatório que seja), para ficar só em um exemplo de desperdício de verbas que nunca foi criticado pelos atuais inimigos da política externa lulista.
Se o Brasil for chamado a opinar, ou se qualquer consequência política, comercial ou financeira vier dessa iniciativa, o Itamaraty, o Planalto e o país lucram. (algo que só será visto no futuro nem tão próximo),
Se nada acontecer, tudo que o governo brasileiro terá perdido é uma viagem.
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Sobre a imagem do Brasil no resto do mundo, sugiro a leitura desse artigo AQUI, esse AQUI
segunda-feira, 10 de novembro de 2008
Quem não bate palmas para Obama
quarta-feira, 10 de setembro de 2008
Bolivia, a todo gás
Da minha coluna no Valor, dia 1º de setembro:
Entre os raciocínios tortos que impedem o país de discutir seriamente um projeto brasileiro para o continente sul-americano está o argumento de que é absurdo preocupar-se com a pobreza da Bolívia ou do Paraguai, quando há tantos pobres no Piauí, ou na periferia de São Paulo. Esse tipo de raciocínio não leva em conta que a insatisfação dos pobres piauienses e paulistas, e suas conseqüências para a criminalidade e para a política, podem ser tratados pelas instituições do Brasil mesmo. No Paraguai e na Bolívia, as crises estão fora do alcance do Estado brasileiro, e nem por isso deixam de nos afetar. O que acontece, hoje, na Bolívia, merece atenção, e muita.
Quando escrevi isso, o pessoal ainda não estava ocupando e vandalizando as instalações de gás que abastecem Brasil e Argentina. Continuo, AQUI.