quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Brasil e EUA - hegemonias


Da minha coluna, no Valor:


Um incipiente e calado ressentimento contra o Brasil cresce em alguns países vizinhos, especialmente na Argentina. O peso da economia e a expansão dos interesses brasileiros na região agora se somam à situação relativamente mais confortável do país na crise econômica mundial. E, também, a um fator ainda pouco notado no próprio Brasil: a consolidação de um acordo tácito com o governo dos Estados Unidos, que vem levando o Brasil a ocupar o papel de potência sub-hegemônica na América do Sul. Acumulam-se indícios de que a administração democrata nos Estados Unidos manterá, com o governo brasileiro, o bom nível de consultas políticas estabelecido pelo governo George W. Bush com Brasília.


O interesse pelo Brasil extrapola a Casa Branca: logo após o Carnaval, vem ao país o presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado dos EUA, John Kerry, o democrata derrotado por Bush nas eleições de 2004, que chegou a ser cotado para secretário de Estado de Obama. A comissão que Kerry dirige é um dos postos-chave na política externa americana e as prioridades anunciadas por ele são, como se esperaria, o antiterrorismo e a superação da crise econômica mundial. A vinda ao Brasil é bom sinal, mostra o país no radar dos formuladores de política externa do Congresso americano. O vice de Kerry é o republicano Richard Lugar, autor de um projeto de cooperação entre Brasil e EUA em biocombustíveis e um dos maiores entusiastas do etanol no país.

(fonte da imagem: AQUI)
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