domingo, 2 de dezembro de 2007

Chávez, assunto incontornável

Hugo Chávez tem uma característica interessante, de coverter todo brasileiro com acvesso a jornais, blogues ou mesas de boteco em experto analista internacional, com opiniões sólidas sobre a América do Sul, a Venezuela e o Brasil, que, em geral, se resumem à idéia da política externa no continente como uma espécie de jogo de futebol, em que Lula e Chávez disputam a bola, e o venezuelano é um jogador catimbeiro e desleal, enquanto Lula um otário sem noção exata de como atuar na partida.
Como toda metáfora futebolística, essa idéia é torta, rasa e equivocada, mas faz um sucesso danado. Há uma histeria sobre o Chávez, e uma animosidade alimentada por notícias enviesadas que parecem narração de jogo feita por chefe de torcida organizada. Por isso fico quase eufórico quando vejo um texto bem escrito e noticioso sobre o assunto. Um artigo do Lourival Sant'anna, no Estadão de hoje, confirma minha tese de que não é preciso exagerar, nem torcer os fatos, para apontr os defeitos de Chávez. O que ele faz com sobriedade, e, para alívio de quem ainda acredita ser ´possível fazer jornalismo no país, com informação (ninguém é perfeito, falta ao material do Lourival manifestações de chavistas, com pontos de vista contrário; mas que, como eu, já tentou entrevistar pessoas no centralizado governo Chávez, sabe como essa tarefa é, na maioria das vezes, missão praticamente impossível, imagino que particularmente para um repórter do Estadão):


"O especialista em energia Elie Habalián é contundente no seu diagnóstico. “A equação petróleo-poder dá a Hugo Chávez uma projeção que jamais um governante teve na América Latina”, diz Habalián, que assessora o general Raúl Baduel, ex-ministro da Defesa e hoje o principal adversário político de Chávez. “Ela o faz nadar como um peixe na água.”
...
Para manter essa máquina em movimento, é vital para o presidente que o preço do barril de petróleo não caia significativamente. Assim, além do cumprimento das cotas da Opep, Chávez tem interesse na manutenção das tensões no Oriente Médio, observam os analistas. Esse seria um dos motivos pelos quais ele se alia ao Irã, do presidente Mahmud Ahmadinejad, adversário dos Estados Unidos na região. A Rússia, outra exportadora de petróleo e gás, cujo presidente Vladimir Putin também tem tido conflitos com os EUA, é outro governante cotejado por Chávez. “Mas nem Putin nem Ahmadinejad querem realmente que o petróleo se mantenha no atual nível, porque sabem que isso pode conduzir o mundo a uma recessão, o que seria o fim deles”, ressalva Habalián. “Chávez não tem limites. É um aventureiro.”

No campo regional, o Brasil, com sua economia relativamente grande e até algum petróleo e gás, e o México, que detém 2% do petróleo do mundo, são os únicos países que podem conter o expansionismo de Chávez, diz Habalián. E parecem estar fazendo precisamente isso. “Sabemos que a confrontação verdadeira e muito silenciosa é entre o Brasil e Chávez”, afirma ele. “O Brasil ergueu um muro contra Chávez”, diz o analista político Alberto Garrido. "

Segue, AQUI.


***
E, para chateação dos que consideram toda imprensa parte da midia golpista, a cobertura do Globo, à frentre a insuperável Janaína Figueiredo está muito boa. Nesse link AQUI, do clipping do Itamaraty (já que o Globo fecha asportas para não-assinantes) , as matérias estão mais abaixo. Recomendo a matéria do Galhardo, sobre a Bolívia, também.

Nenhum comentário: