sexta-feira, 23 de novembro de 2007

A ameaça que vem do Norte



Multinacionais do grande país do Norte, beneficiadas pelo seu enorme mercado e sua competitividade ameaçam impor preços de bens de primeira necessidade... no Uruguai. O grande país do Norte é, claro, o Brasil, e as multinacionais, no caso, são os frigoríficos brasileiros, que andam conquistando o mundo com a voracidade de gaúcho barrado em churrasco. Quem fala do caso, hoje é o jornal uruguaio El Observador, AQUI.

Essa história toca em uma as fragilidades (outra) do mercosul, a falta de um acordo decente de proteção contra concorrência desleal, regras para um CADE regional. Seria o substituto necessário aos mecanismos de defesa comercial (anti-dumping, salvaguardas) dentro do bloco.
Mas quem quer discutir isso? Melhor esperar que as empresas multinacionais dos países do bloco (brasileiras, na maioria), comecem a sofrer sanções dos governos locais, para podermos todos reagir com os brados nacionalistas de enorme utilidade nas campanhas eleitorais no continente.

E, de brejo em brejo, o Mercosul vai virando vaca.

Já, na Argentina, a imprensa local mostra a inveja do desenvolvimento brasileiro, assunto que deu o que escrever na blogosfera, como bem comenta o Maurício Santoro, no imperdível Todos os Fogos, AQUI.
Uma amostra do que diz o Santoro, sempre excelente:
"No fim dos anos 1950 o PIB do Brasil era apenas levemente superior ao da Argentina. Hoje, é cerca de quatro vezes maior. O crescimento da economia brasileira foi acelerado e constante, enquanto a Argentina seguiu um ciclo instável de stop-and-go, muito motivado por suas repetidas crises políticas. Afinal, foram 6 golpes militares entre 1930 e 1976, fora diversas insurreições mal-sucedidadas, guerrilhas, a guerra das Malvinas e a quase-guerra com o Chile. Não há prosperidade que resista. Alguns falam do "milagre do sudesenvolvimento argentino" e a maioria trata com nostalgia da era de ouro do início do século XX, quando a renda per capita do país era mais alta do que a da Espanha ou a da Itália. O célebre economista sueco Gunnar Myrdal chegou a dizer que só existiam quatro tipos de países: desenvolvidos, em desenvolvimento, Japão e Argentina."

Um comentário:

Anônimo disse...

Esse negócio de Mercosul é conversa para boi dormir