quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Chavez, o vilão da vez

Leio no Globo _ matéria reproduzida em outros jornais por aí _ que a Comissão Eleitoral da Venezuela proibiu debates entre partidários do sim e do não no plebiscito sobre a reforma constitucional da Venezuela .E que isso acontece exatamente quando a oposição (o não à reforma de Chávez) vinha conquistando apoio graças ao ótimo desempenho de seus partidários nos debates. Diz o jornal:

A presidente do CNE, Tibisay Lucena, disse que a campanha institucional feita pelo conselho para informar o eleitor sobre o referendo torna os debates “irrelevantes e superados.” “As campanhas que realizamos são suficientes”, insistiu. A decisão foi comemorada por governistas e deixou enfurecidos representantes do “não”, que vinham tendo um bom desempenho nos programas.

Notícia interessante, segundo me conta o correspondente deste blogue em Caracas. Interesante porque não houve proibição, mas inviabilidade dos debates, porque os defensores do sim se recusaram a participar (pode-se discutir a decisão do Conselho de impedir que as tvs promovessem programas com uma cadeira vazia, como se fez em alguns programas eleitorais no Brasil, mas isso é coisa diferente).

Mais interessante ainda, porém, é o jornal não explicar como a oposição vinha ganhando os debates, se, até agora, não aconteceu debate nenhum.

Chávez é autoritário, centralizador e intervencionista; não precisa que distorçam o noticiário para dar conta do papel que vem exercendo no continente _ e que, apesar da histeria reinante, até agora se limita a seu quintal venezuelano. Mas tem gente no Brasil que não se convenceu disso.

A campanha anti-Chávez não tem similar contra atos autoritários de outros governantes latino-americanos, nem comparação com a maneira como tratam ditadores de fato de outras regiões do globo (ou do estado, para ficar not rocadilho). O tales faria defende a tese de que a razão é a tentativa de fazer campanha subliminar contra o amigo brasileiro do mandatário de Caracas, ele, Luiz Inácio Lula da Silva. Já que não podem acusá-lo dos pecados de Chávez, reverberam cada movimento do venezuelano, para, implícitamente, acusar Lula de querer imitá-lo.

Com a precária autoridade de que já escreveu poucas e boas contra ações do Chávez, eu, às vezes tendo a achar que o Tales tem razão.

2 comentários:

Luiz disse...

Sergio, parabéns pelo novo espaço. Mas prevejo que vai ser uma barra manter os dois blogs devidamente abastecidos e atualizados (padeço do mesmo mal).

Quanto ao Chavez, bem ... tá ficando totalmente indefensável.

LUIZ
http://deolhonofato.blogspot.com

Sergio Leo disse...

Meu caro Luiz, obrigado por prestigiar mais esse blogue. mas, no meu caso é fácil. Como expliquei lá no Sítio (www.sergioleo.blogspot.com), me senti obrigado a destacar em outro blogue o material sobre política internacional, depois que o Rodrigo Baena Soares me citou na tese lá dele, no Rio Branco, referindo-se ao meu blogue anterior, que, há algum tempo, estava se desviando desse assunto. No fundo, é um mesmo blogue, dividido em editorias, coisa já habitual para jornalista...
Duro não é fazer; é manter os leitores nos dois