Chávez é um político autoritário, não há dúvida disso; e tem pretensões expansionistas para seu projeto bolivariano, issio ele mesmo anuncia. Tem pouco apreço pela propriedade privada, e métodos pouco democrátivcos de administração, além de incentivar a ação direta de militantes para imposição de suas idéias. Mas, apesar de tudo isso, tem respeitado certas regras do jogo, é um político de alguma inteligência, com noção do que significa recursos de poder. Tentou, dentro das regras, ampliar o poder que tem. Dançou feio neste fim de semana. Reclamou, com a verborragia que lhe é habitual, e acatou o resultado do referendo, que jogou no lixo a tentativa dele de ter reeleições indefinidamente no país.
Por tudo isso, os promotores da campanha para convencer o país de que a Venezuela vivia sob uma ditadura teriam de rever susas afirmações, e reconhecer que o panorama no país de Chávez é mais complexos do que indicavam as análises histéricas e maniqueístas vendidas na imprensa brasileira.
Muita gente continua Chávez é um ditador _ o único caso na história em que uma ditadura é derrotada e aceita a derrota (ainda que reclamando e fazendo ameaças retóricas). Para mim, essa acusação, depois do que aconteceu no fim de semana, tem um nome: dissonância cognitiva.
Eu estive umas vezes em Caracas, e sempre tive dificuldade de aceitar a acusação de ditadura ao governo de um país onde as livrarias exibem nas vitrinas livros e livros metendo o sarrafo no presidente eleito. E os jornais são vendidos com críticas severas ao governo, a oposição tem voz e voto. Chávez pode ser populaitsa. Pode ter vocação autoritária )_ como boa parte dos governadores do Nordeste brasileiro, não fosse o Brasil um opaís com instituições tão m ais sólidas, e imprensa tão mais crítica e moderada (perto do tipo de jornalismo que se pratica na Venezuela).
Isso deve servir, pelo menos, para que as pessaos se informem mais sobre o que acontece de verdade na Venezuela, já que Chávez entrou serelepe no universo das conversas de boteco.
segunda-feira, 3 de dezembro de 2007
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3 comentários:
Minas Gerais não faz parte do Nordeste, ao menos até a última vez em que consultei um mapa do Brasil.
Está na área da Sudene, caro Patrick. Mas não tive intençãop de depreciar o bravo povo nordestino. A gestão de Garotinho no Rio de Janeiro também mostra o tipo de visão clientelística e patronalista que orienta certo tipo de político. Só que no Nordeste e Norte vejo menos independência na imprensa, em relação aos governos locais.
Pois é, Sergio, o problema é que a elite venezuela, que agora é a oposicao, é de longe uma das mais escrotas da América Latina. Eu simplsmente nao consigo levá-la a sério, agora que posa de "democrática".
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